segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Ruy Castro é entrevistado no programa Roda Viva

Fonte: Divulgação

Hoje (22/2) tem Ruy Castro no programa Roda Viva, da TV Cultura, às 22h. Na entrevista, o autor falará sobre o seu novo livro, "A noite do meu bem" (Companhia das Letras, 2015), no qual narra como era a noite carioca dos anos 1940-1960. O colunista da Folha de S. Paulo falará também sobre o seu ofício no jornal e sobre obras anteriores, como "O anjo pornográfico - a vida de Nelson Rodrigues" e "Chega de saudade - a história e as histórias da bossa nova".

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

RESENHA: A hora da estrela

Título: A hora da estrela        
Autora: Clarice Lispector
Editora: Rocco
Gênero: Novela brasileira
Páginas: 88
Ano: 1977
Faixa de preço: R$9,90 - R$19,90
Avaliação: 5/5

Vocês votaram e a resenha de “A hora da estrela” finalmente saiu! \o/

Na última segunda-feira (15/2) teve votação no Instagram do Blog da Nanda Lisbôa (segue lá!) e  hoje o grande vencedor será resenhado aqui!

Para quem não viu a enquete rolando lá no Instagram (ainda dá tempo de seguir =P), explico como funcionou: três opções de livros foram dadas, dos quais apenas um seria resenhado aqui no blog hoje (não que os outros não possam ser resenhados mais pra frente, claro). As opções foram “A hora da estrela”, de Clarice Lispector; “Maus”, de Art Spiegelman; e “Mulheres”, de Carol Rosseti. E esse queridinho da foto aí em cima escrito pela notória e excêntrica Clarice Lispector venceu de lavada (o que confesso que me surpreendeu, porque os outros títulos também são bons demaissss)!

O legal é que esse livro é um clássico da nossa literatura brasileira que, apesar de ter sido escrito há certo tempo, possui uma temática e abordagem super atuais. Na minha opinião,  "A hora da estrela" é um livro que deve ser lido e relido por todos aqueles que apreciam uma boa leitura. Ainda não entendi o porquê do meu pouco contato anterior com a Clarice, além de algumas crônicas soltas eu somente havia lido o livro “De escrita e vida - crônicas para jovens” (o qual precisei reler depois da sede de Clarice que "A hora da estrela" me deixou). Mas, agora posso dizer que efetivamente li Clarice e sim, já coloquei muitos outros títulos da autora na minha lista e pretendo lê-los o quanto antes possível!

E agora vamos à resenha! \o/

“A hora da estrela” retrata a vida da protagonista Macabéa, uma alagoana que fica órfã bem cedo e é criada pela tia e, anos depois, migra para a cidade do Rio de Janeiro em busca de melhores condições de vida. A nordestina é uma moça ingênua e inocente, que não tem grandes ambições e desconhece muito do mundo. Sua vida resume-se em ouvir o rádio relógio e trabalhar como datilógrafa para o doutor Raimundo.

Certo dia, Macabéa começa a namorar Olímpico de Jesus, um metalúrgico também nordestino, mas que diferentemente dela, possui grandes ambições. Por ser ambicioso no mau sentido da palavra mesmo, em certo ponto da história Olímpico troca Macabéa por sua colega de trabalho, pois o pai desta possui um açougue e pode assim lhe oferecer condições de vida mais favoráveis.

"A hora da estrela" serve como um retrato da vida do nordestino migrante no Brasil e, mesmo tendo sido escrito em 1977, pode ser considerado super atual. Não sei dizer se a escrita de Clarice era futurista, se foi o nosso país que não progrediu em todos esses anos ou se as duas coisas (mas ouso dizer que considero mais a última opção).

Para mim, um dos pontos altos dessa obra é ver como o narrador, que se coloca em terceira pessoa, costura na narrativa muitos de seus pensamentos a respeito do seu processo de criação e escrita e fala sobre as suas questões existenciais. Rodrigo S.M. é o seu nome, um homem que claramente faz parte da elite brasileira e que sabemos de que se trata de Clarice Lispector. Ainda que não soubéssemos que Rodrigo é, na verdade, Clarice, poderíamos deduzir (ou pelo menos apontar tamanha semelhança entre ambos) devido ao estilo marcante da autora impresso em mais este texto.

Pequeno trecho da orelha escrita pelo jornalista José Castello:

“[...]‘A hora da estrela’ é um romance sobre o desamparo a que, apesar do consolo da linguagem, todos estamos entregues.”

Nesta obra, Clarice direciona uma espécie de holofote para uma mulher que protagoniza uma história simples e corriqueira, mas que ocorre tanto até os dias de hoje por aí. Macabéa me parece ser o contraponto de Clarice, pois é tudo aquilo que a escritora não é (mas talvez em alguns momentos quisesse ser): não se dá conta do existir, vive só por viver, é praticamente imperceptível. A angústia sentida pela autora no momento da escrita é perceptível, provável resultado de um comportamento depressivo. "A hora da estrela" é um livro ao mesmo tempo triste e encantador.

Publicado no dia 26 de outubro de 1977, pouco antes da morte da escritora em 9 de dezembro do mesmo ano (foi, portanto, o seu último livro lançado em vida), o livro foi adaptado para o cinema pela diretora Suzana Amaral em 1985, quase dez anos depois de sua publicação. O filme (que você pode assistir aqui) chegou a ganhar diversos prêmios, dentre eles o Urso de Prata no Festival Internacional de Berlim para Marcélia Cartaxo (Macabéa) como melhor atriz, em 1986.

O final dessa narrativa é marcante e surpreendente. Afinal, qual será a hora da estrela?

Sobre a autora:

Clarice Lispector é considerada uma das principais escritoras brasileiras do século XX. Suas obras mais conhecidas, além de “A hora da estrela”, são “Laços de família” e “A paixão segundo G.H.”. Além de escritora, trabalhou jornalista e tradutora. Dona de linguagem única, tem a sua obra completa publicada aqui no Brasil pela editora Rocco (veja a obra completa da autora aqui).

Extra: neste link você pode conferir a única entrevista televisionada de Clarice Lispector, concedida ao jornalista Julio Lerner, da TV Cultura, no mesmo ano de sua morte (1977).

Você encontra A hora da estrela por um preço mais em conta nos sites das livrarias Cultura e Saraiva e também no site da Amazon.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

RESENHA: Submissão

Título: Submissão
Autor: Michel Houellebecq
Editora: Alfaguara
Gênero: Ficção francesa
Páginas: 253
Ano: 2015
Faixa de preço: R$24,00 - R$32,00
Avaliação: 1/5

Sei que você deve estar aí se perguntando o porquê desta resenha, já que a minha nota para esse livro foi tão ruim. Bom, eu acho que é válido falar também das leituras ruins, assim acaba-se alertando mais pessoas a não perderem o seu (precioso) tempo. Isso se faz ainda mais importante quando se tratam de livros muito cobiçados, como best-sellers ou aqueles que estão em evidência em diversas livrarias. A respeito do Submissão, eu vi muita gente dizendo que quer ler este livro, eu mesma quando tomei conhecimento do título fiquei doida para ler assim que li sinopse. Acabei então ganhando ele de Natal, mas tristemente, o livro foi uma grande decepção pra mim! E os motivos você vai ler aqui.

Logo na capa, lemos a frase de efeito “O livro mais polêmico do ano”, o que já serve para aguçar a nossa curiosidade: “Uau, quero ver o que esse livro tem de especial!”
Na quarta capa, tem mais uma frase de efeito, que diz: “Autor vencedor do prêmio Goncourt. Uma sátira incisiva na tradição de Orwell e Huxley.” E mais uma vez: “Uau, o cara é comparado a Orwell e Huxley!”
Abaixo há ainda uma avaliação positiva do autor feita por um jornalista do prestigiado jornal francês Le Monde.
Ou seja, o marketing desse livro é dos bons! E a sinopse vem dizendo o seguinte:

“França, 2022. Depois de um segundo turno acirrado, as eleições presidenciais são vencidas por Mohammed Ben Abbes, o candidato da chamada Fraternidade Muçulmana. Carismático e conciliador, Bem Abbes agrupa uma frente democrática ampla. Mas as mudanças sociais, no início imperceptíveis, aos poucos se tornam dramáticas.
François é um acadêmico solitário e desiludido, que espera da vida apenas um pouco de uniformidade. Tomado de surpresa pelo novo regime islâmico, ele se vê obrigado a lidar com essa nova realidade, cujas consequências – ao contrário do que ele poderia esperar – não serão necessariamente desastrosas. Comparado a ‘1984’, de George Orwell, e a ‘Admirável mundo novo’, de Aldous Huxley, ‘Submissão’ é uma sátira precisa e devastadora, sobre os valores da nossa sociedade. É um dos livros mais impactantes da literatura atual.”

Nessa minha onda de buscar livros que falem sobre o Oriente, acabei esbarrando com o Submissão através de uma sugestão na Amazon (apesar do livro não falar especificamente do Oriente, prometia ter um enredo que envolvesse muitos dos costumes e tradições orientais). Apesar de ter lido algumas críticas negativas feitas ao autor, resolvi colocá-lo na minha lista de desejados, por estar sendo tão comentado e dito como “polêmico” por aí (na sinopse já se percebe uma certa xenofobia, e eu queria ver até onde iria essa história).

E no fim das contas, essa leitura foi só decepção! Eu esperava um enredo centrado na situação em si (como promete a sinopse), que falasse sobre a eleição do partido da Fraternidade Muçulmana, sua tomada do poder e consequências. Mas, em vez disso, me deparei com um protagonista problemático e misógino, e um enredo centrado nas reações desse cara com um ego maior que o mundo diante da ascensão da Fraternidade Muçumana ao poder (ah, coitado! *ironia detected*). O tal protagonista me pareceu ser um alterego do próprio escritor (andei lendo coisas não muito boas a seu respeito) e, tive a sensação de estar lendo um livro escrito com raiva, tamanha a xenofobia, o racismo, machismo e misoginia destilados nas páginas.

Em suma, a história é bem ruim, e faz o uso desnecessário de muitas palavras de baixo calão. Mas apesar disso, a leitura acabou me prendendo, porque eu fiquei na ânsia da narrativa melhorar e ficar mais centrada no assunto (que prometia ser o) principal. Só que isso não aconteceu. O autor não aprofunda em nenhum momento a temática política, apenas narra superficialmente, e ela acaba servindo como um pano de fundo para a deprimente vida do professor François – um professor universitário de meia-idade frustrado na e com a vida, sem família e amigos e, no fim das contas, também sem emprego devido às novas leis impostas no país pela Fraternidade Muçulmana. E mais não posso falar pra não dar spoiler!

Por volta da página 100, comecei a ver um lampejo da história central surgindo e me empolguei um pouco mais para prosseguir a leitura, mas pouco depois ela empaca. Volta-se a falar sobre a temática política lá pra página 150, e aí a história empaca de novo. Logo você se dá conta de que não, a temática dita como “principal” não vai ser levada tanto em conta assim...

Para finalizar e resumir, eu achei o livro fraco, decadente e com uma narrativa de baixíssimo nível. Nas últimas páginas eu já estava com tanto nojo do que lia, que inúmeras vezes quase deixei o livro de lado. Só terminei mesmo pra poder fazer essa resenha aqui pra vocês! =P

Sobre o autor:

Michel Houellebecq é um escritor francês e, pasmem, um dos mais traduzidos da contemporaneidade. Apesar dos diversos livros já publicados, o autor é envolvido em diversas polêmicas, desde cópias ilegais de textos (sem a atribuição dos devidos créditos) até acusações de islamofobia. Enfim, não sei como esse cara pode ser tão elogiado!

P.S.: Não busquem ver a cara do Michel no Google! Que medo da cara deleee! Kkk.

Se apesar de tudo você continua querendo ler Submissão (só por curiosidade, vai que), nessas lojas aqui irá encontrar por um preço mais amigo: LivrariaCultura, Saraiva, Fnac e Amazon.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Sequência do best-seller "Como eu era antes de você"

Como muitos de vocês já estão sabendo, o best-seller Como eu era antes de você, de Jojo Moyes, publicado pela editora Intrínseca vai virar filme e chega às telonas brasileiras em junho deste ano. Preciso confessar a vocês que ainda não li o livro, até porque não tenho lido muitos romances ultimamente, mas depois de ver o trailer fiquei com aquela sensaçãozinha no coração de "preciso ler".

Capa do livro "Como eu era antes de você".

E nessa de ir fazer uma busca geral pelo livro, vi que a Intrínseca já está lançando o segundo, que se chama Depois de você e chega às livrarias no dia 15 de fevereiro (próxima segunda-feira). O jeito agora é correr atrás do tempo perdido!

Capa do livro continuação: "Depois de você".

Fiquei muito curiosa para saber mais sobre a história assim que assisti o trailer do filme, então deixo ele aqui pra quem ainda não viu (por favor, sejam solidários e fiquem curiosos junto comigo! \o/):


E ainda tem uma página maravilhosa que a Intrínseca fez para o lançamento do segundo livro. Lá vocês encontram todas as lojas que já estão com o título Depois de você disponível para venda online, tanto em formato físico quanto em digital (e-book).

Só eu que já estou correndo para ler o mais rápido possível esses dois?

*Este post não é um publieditorial, a notícia foi selecionada de acordo com os critérios de noticiabilidade estabelecidos pelo Blog da Nanda Lisbôa.

1 mês de blog! \o/

Oi, geeeeeente!

Hoje vim aqui pra dizer o QUANTO ESTOU FELIZ com esse primeiro mês de existência do Blog da Nanda Lisbôa! \o/


Não foi tão simples pensar em um nome para o meu blog, apesar de parecer meio óbvio... Primeiro, eu andei pensando sobre a temática dele. Por ser estudante de Jornalismo, cheguei a cogitar um blog de notícias da atualidade, talvez algo mais voltado à política ou sobre o Jornalismo Cultural em geral. Bom, depois de certo (bastante, na verdade) tempo com essa ideia na cabeça, acabei optando finalmente por um blog literário e a razão principal é simples e óbvia: porque eu AMO livros! <3

Depois, chegou a vez de pensar em um nome criativo, tentei pensar em qualquer coisa que não tivesse as palavras "livro" e suas derivações ("literatura", "leitura", "literária" etc) no título. Sei que já existem muitos bons blogs com essas palavras no nome, então quis fazer algo um pouco diferente. Por ser estudante de Jornalismo, e ter interesse em formar uma carreira dentro da área literária (apesar de ainda não saber o que exatamente quero fazer), achei que seria uma boa ideia colocar o meu nome no título do blog, para buscar ganhar o meu espaço neste meio, daí que nasceu o "Blog da Nanda Lisbôa".

E desde então tenho buscado não apenas escrever a respeito dos livros que leio, mas fazer boas resenhas, de qualidade, que além de informarem o leitor sobre o conteúdo do livro em questão, possa contextualizá-lo dentro daquele assunto do qual a obra se trata.

E sim, estou satisfeitíssima com o resultado! Em apenas um mês já tenho recebido muitos comentários e mensagens de felicitação que encheram o meu coração de gratidão! Estou muito feliz de realizar mais este sonho e, mais ainda, de ver que ele tem sido bem recebido por vocês, leitores! <3

Obrigada a todos que acompanham o blog, que estão chegando agora, e agradeço também aos que ainda chegarão. Isso só é possível graças a vocês! <3 Tenho preparado muitas novidades para o blog, portanto, continuem aqui! \o/

E pra quem ainda não segue o Blog da Nanda Lisbôa nas mídias sociais, é só buscar os botões coloridos aqui do lado direito ou clicar diretamente nesses links aqui: Facebook / Instagram / Twitter (gente, juro que vou tentar me readaptar melhor ao Twitter com o passar do tempo! Heheh).

sábado, 6 de fevereiro de 2016

Lembrança com rimas

Oi, gente!

Hoje venho aqui falar de um livro de poesia que li ainda na infância e foi, se bem me lembro, o primeiro de muitos que vim a ler depois, foi ele que despertou em mim o gosto por ler e fazer poesia. 

Este título foi indicado como paradidático quando cursei a antiga primeira série do ensino fundamental I (o agora segundo ano) e chama-se "Poemas para brincar", do poeta José Paulo Paes. A capa do livro é essa aqui:


O poema do qual me recordei foi um intitulado "Convite", se não me engano era o primeiro do livro e era um dos meus preferidos também. Segue abaixo! (fiquei muito feliz de encontrar exatamente a página do livro, com o poema do jeito que eu lia e lembrava <3)


Coisa linda, né, gente? Simples, direto e verdadeiro! <3

Encontrei esse livro à venda em muitas lojas online, mas obviamente, já está em nova edição. Mesmo assim super indico para todas as crianças (e adultos com alma de criança) e pretendo comprar para recordar-me ainda mais dessa época tão boa da vida! 

Vocês também se lembram dos primeiros livros que leram? De algum em especial que tenha despertado algo novo, alguma paixão? Então comentem aqui embaixo! =)

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

RESENHA: Persépolis

Título: Persépolis - Completo
Autor: Marjane Satrapi
Editora: Quadrinhos na Cia. - Companhia das Letras
Gênero: Histórias em quadrinhos
Páginas: 352
Ano: 2007
Faixa de preço: R$28,00 - R$48,00
Avaliação pessoal: 5/5

Para finalizar a Maratona do Oriente, segue a última resenha do cronograma! \o/

Persépolis é a autobiografia da iraniana Marjane Satrapi. Nascida no ano de 1969, ela presenciou em seu país, quando ainda criança, a queda do xá, a consequente ditadura islâmica e o início da guerra Irã-Iraque. Integrante de uma família altamente instruída e envolvida nos movimentos políticos da época, Marjane foi influenciada a, desde bem novinha, desenvolver os seus ideais político-sociais.

Com apenas dez anos, Marjane se viu obrigada a usar o véu islâmico (já que com a ditadura tornou-se obrigatório para todas as mulheres do país utilizar o véu), o que foi (dentre outras coisas) deixando-a cada vez mais revoltada ao longo do tempo. Assim, para mantê-la segura, seus pais resolveram enviá-la para morar na Áustria, em Viena, depois que ela completou catorze anos.

Em Viena, a protagonista descobre que viver fora de seu país e longe de sua família não é nem um pouco fácil, ela sofre preconceitos, tem dificuldade de se enturmar e acaba caindo em profunda depressão, o que a faz voltar para o Irã. De volta a sua terra natal, Marjane resolve recomeçar a sua vida, entrando na faculdade de belas-artes e se casando. Porém, com o passar do tempo, vê que o melhor a ser feito é realmente sair de seu país e, assim, muda-se definitivamente para a França (país em que vive até os dias de hoje).

O mais interessante dessa HQ é ver como a autora conduz com destreza um paralelo feito entre os conflitos da sua vida e os conflitos do Irã. Através de sua visão, ela trata de assuntos complexos (guerras, religião, relacionamentos, drogas, preconceito etc) de forma simples (principalmente no início do livro, que é narrado sob a ótica de uma criança). Os traços são também simples, mas ao mesmo tempo fortes e marcantes e o enredo é super envolvente (li o livro quase todo num dia só)! Ler Persépolis nos leva a refletir a respeito de nossas vidas, o porquê de fazermos certas escolhas em vez de outras e se temos frequentemente tomado as decisões mais propícias para nós. Tente fazer isso ao ler este livro, é surpreendente! Posso dizer que, para mim, essa foi uma das principais lições da HQ que, só na França, vendeu mais de 400 mil exemplares. E não foi só isso:

“[...]Depois do grande sucesso de crítica e público, a série teve os direitos de publicação comprados em mais de vinte países e ganhou o prêmio de melhor história em quadrinhos na Feira de Frankfurt de 2004. Em 2007, Persépolis foi transformado num longa-metragem de animação (segue vídeo do trailer abaixo), que estreou no festival de Cannes e recebeu uma indicação ao Oscar. Marjane voltou à narrativa de memórias em 'Frango com ameixas', baseado na vida de seu avô e publicado pela Companhia das Letras em 2008. Seu último livro lançado no Brasil, 'Bordados', retrata a reunião das mulheres de sua família na casa de sua avó.”


Vocês encontra Persépolis com preços mais em conta na Livraria Cultura, na Amazon e no Extra Online.

*Curiosidade extra: Persépolis é o nome da antiga capital do Império Aquemênida, que chegou a dominar toda a região do Oriente Médio. Hoje em dia, este local é um importante sítio arqueológico, suas ruínas foram inclusive declaradas como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. Veja aqui algumas fotos e informações extras de Persépolis.

Gostou da última resenha da Maratona do Oriente? Então comenta aqui! =D E não deixe de sugerir outros títulos que gostaria de ver resenhados aqui no Blog da Nanda Lisbôa!

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